Assinatura eIDAS 2025 : Guia completo do regulamento

6 Agosto 2025 | Assinatura eletrónica

Assinatura eIDAS: Compreender o regulamento europeu sobre assinaturas electrónicas

O regulamento eIDAS (identificação eletrónica, autenticação e serviços de confiança) tem sido o quadro jurídico europeu de referência para as assinaturas electrónicas desde 2016. Este regulamento harmoniza as práticas de assinatura digital na União Europeia e estabelece normas de segurança uniformes. Para os profissionais do direito, dominar os aspectos legais e regulamentares desta assinatura torna-se essencial num ambiente jurídico cada vez mais digital.

O que é a assinatura eIDAS?

A assinatura eIDAS refere-se a um sistema de assinatura eletrónica que cumpre o Regulamento Europeu n.º 910/2014. Este regulamento estabelece um quadro jurídico unificado para a identificação eletrónica e os serviços de confiança em toda a União Europeia. Substitui a antiga Diretiva 1999/93/CE e reforça a segurança jurídica das transacções electrónicas.

O regulamento eIDAS garante o reconhecimento mútuo das assinaturas electrónicas entre os Estados-Membros. Isto significa que beneficia de uma interoperabilidade total: uma assinatura criada em França será automaticamente reconhecida na Alemanha, em Espanha ou em qualquer outro país da UE.

Os três níveis de assinatura eletrónica do eIDAS

O regulamento eIDAS define três níveis de assinatura eletrónica, cada um com um grau de segurança diferente. Esta classificação permite aos profissionais do direito adaptar a sua abordagem em função dos interesses envolvidos em cada transação e das necessidades de gestão eletrónica dos seus processos.

Assinatura eletrónica simples

A assinatura eletrónica simples é o nível de base do regulamento eIDAS. Abrange todos os dados electrónicos anexados ou logicamente associados a um documento eletrónico, que permitam identificar o signatário e exprimir o seu consentimento. Esta categoria inclui uma variedade de acções: validação por correio eletrónico, introdução de um código PIN utilizando ferramentas de introdução, assinatura manuscrita digitalizada ou aceitação assinalando uma caixa num formulário Web.

No entanto, a simples assinatura tem limitações jurídicas importantes. Não se presume que seja válida e o seu valor probatório depende inteiramente da apreciação do juiz. No sector B2B, representa cerca de 60% das assinaturas electrónicas utilizadas, principalmente no comércio eletrónico, nos serviços digitais e na gestão administrativa corrente.

Continua a ser adequada para transacções com poucas implicações legais, como avisos de receção, formulários de registo, pequenas encomendas em linha e correspondência interna. Para grandes contratos ou documentos jurídicos sensíveis, são necessários níveis de assinatura mais elevados para garantir uma segurança jurídica óptima.

Assinatura eletrónica avançada

A assinatura avançada oferece um nível de segurança mais elevado do que a assinatura simples. Responde a quatro exigências técnicas específicas: deve estar ligada de forma única ao signatário, permitir a identificação do signatário, ser criada sob o controlo exclusivo do signatário e detetar qualquer modificação automatizada posterior de contratos ou documentos.

Em termos práticos, esta assinatura baseia-se em tecnologias avançadas, como os certificados digitais personalizados, a biometria comportamental (análise das teclas premidas e das assinaturas manuscritas em tablets) e a autenticação multifactor. O processo de verificação de identidade envolve geralmente a validação de documentos de identidade oficiais e pode incluir a verificação em tempo real através de videoconferência.

Na prática jurídica, a assinatura avançada é utilizada para contratos de trabalho, contratos de arrendamento comercial, mandatos e escrituras privadas. O custo de implementação varia entre 5 e 15 euros por assinatura, consoante o prestador de serviços, e o tempo de processamento é reduzido em 70% em comparação com os processos manuscritos tradicionais. Esta solução representa um compromisso ótimo entre segurança jurídica e facilidade de utilização para a maioria dos documentos profissionais.

Assinatura eletrónica qualificada

A assinatura eletrónica qualificada representa o nível mais elevado de segurança. Baseia-se num certificado qualificado emitido por um prestador de serviços de confiança qualificado. Esta assinatura tem uma presunção de validade jurídica equivalente a uma assinatura manuscrita.

Valor jurídico e reconhecimento

O regulamento eIDAS estabelece o princípio da não discriminação nas assinaturas electrónicas. Não podes recusar uma assinatura eletrónica legal só porque está em formato eletrónico.

Presume-se legalmente que uma assinatura eletrónica qualificada é válida. Produz os mesmos efeitos jurídicos que uma assinatura manuscrita e constitui prova admissível em tribunal. As assinaturas simples e avançadas podem também ter valor probatório, mas a sua força jurídica depende da apreciação do juiz.

Esta hierarquia permite adaptar o nível de segurança aos interesses em jogo em cada transação. Um contrato comercial importante exige uma assinatura qualificada, enquanto um aviso de receção pode ser satisfeito com uma simples assinatura.

Aplicação prática para profissionais do sector jurídico

A adoção da assinatura eIDAS está a transformar as práticas jurídicas no âmbito da transformação digital dos escritórios de advogados. Os escritórios de advogados estão a integrar gradualmente estas ferramentas no seu fluxo de trabalho diário. As assinaturas electrónicas para advogados estão a tornar-se uma forma normalizada de acelerar os procedimentos e reduzir os custos.

A integração com as ferramentas de gestão existentes facilita esta transição. As soluções informáticas modernas, nomeadamente os CRM para advogados, incluem funcionalidades de assinatura eletrónica que cumprem o regulamento eIDAS. Esta integração permite centralizar a gestão dos documentos e acompanhar todo o processo de assinatura.

No entanto, os profissionais devem cumprir determinadas obrigações. Devem informar os seus clientes sobre o tipo de assinatura utilizado e conservar provas da integridade do processo. A melhoria das relações com os clientes passa também pela formação das equipas em matéria de boas práticas, que se torna indispensável.

Vantagens e desafios da assinatura eIDAS

A assinatura eIDAS oferece vantagens consideráveis aos profissionais do sector jurídico. De acordo com estudos do sector, reduz os tempos de assinatura em média 75% e reduz os custos de gestão de documentos em 40-60% por transação. Os escritórios de advogados europeus que adoptaram esta tecnologia registam uma melhoria de 85% na satisfação dos clientes graças à rapidez dos procedimentos. A desmaterialização completa dos contratos torna-se possível, eliminando as restrições geográficas e permitindo uma poupança média de 25 euros por documento assinado.

A interoperabilidade europeia facilita as transacções transfronteiriças, com uma taxa de adoção de 68% pelos escritórios de advogados europeus até 2023. Pode celebrar contratos com parceiros europeus sem se preocupar com as diferenças regulamentares nacionais, poupando 3 a 5 dias úteis por cada procedimento internacional.

No entanto, continuam a existir desafios. Continua a ser necessário sensibilizar os clientes, uma vez que 35% ainda estão relutantes em utilizar ferramentas digitais, de acordo com os últimos inquéritos. As questões de cibersegurança jurídica exigem uma vigilância constante, com investimentos médios de 15 000 euros por sociedade de advogados para manter as normas de segurança. Os prestadores de serviços de confiança devem manter níveis elevados de segurança, o que representa um custo de conformidade de 8% do volume de negócios.

Os desenvolvimentos tecnológicos também exigem uma adaptação constante. As normas criptográficas evoluem a cada 3 a 5 anos e as soluções devem acompanhar estes desenvolvimentos para manter a conformidade com o eIDAS, o que exige actualizações orçamentais regulares entre 5 000 e 10 000 euros por empresa.

A assinatura eIDAS é um pilar fundamental da transformação digital do sector jurídico. O seu domínio torna-se essencial para os profissionais que desejam otimizar os seus processos e garantir a segurança jurídica dos seus clientes, com um retorno médio do investimento de 300% em 3 anos.

Perguntas frequentes

Descobre as respostas às perguntas mais frequentes sobre a assinatura eIDAS e a sua aplicação no sector jurídico. Esta informação vai ajudar-te a compreender melhor este regulamento europeu e as suas implicações para a tua prática profissional.

O que é a assinatura eIDAS?

A assinatura eIDAS refere-se a assinaturas electrónicas que cumprem o regulamento europeu eIDAS (Identificação Eletrónica, Autenticação e Serviços de Confiança). Este regulamento define três níveis de assinatura: simples, avançada e qualificada. Garante o reconhecimento legal das assinaturas electrónicas em todos os Estados-Membros da UE e estabelece normas técnicas comuns para garantir a sua validade e segurança.

Qual é o regulamento europeu que rege as assinaturas electrónicas?

O Regulamento eIDAS (n.º 910/2014) é a legislação europeia que rege as assinaturas electrónicas desde 2016. Substitui as anteriores diretivas nacionais e cria um quadro jurídico harmonizado para a identificação eletrónica e os serviços de confiança. Este regulamento aplica-se diretamente em todos os países da UE, facilitando os intercâmbios electrónicos transfronteiriços.

Como podem as assinaturas eIDAS ser utilizadas no domínio jurídico?

No sector jurídico, as assinaturas eIDAS podem ser utilizadas para assinar eletronicamente contratos de clientes, documentos legais, correspondência oficial e documentos processuais. Os advogados podem utilizar soluções de software certificadas para apor assinaturas qualificadas nos seus documentos, garantindo a sua autenticidade e valor probatório perante os tribunais, respeitando os requisitos éticos.

Quais são as regras para as assinaturas eIDAS?

Para estar em conformidade com o eIDAS, uma assinatura tem de cumprir uma série de regras: verificação da identidade do signatário, utilização de certificados válidos emitidos por prestadores de serviços qualificados, registo da data e hora das assinaturas, preservação de provas criptográficas e manutenção da integridade do documento. As assinaturas qualificadas também exigem a utilização de um sistema seguro de criação de assinaturas (DSCS).

Como é que os advogados podem utilizar a assinatura eIDAS?

Os advogados utilizam as assinaturas eIDAS para diversas aplicações: assinatura de contratos de prestação de serviços, mandatos e procurações, correspondência com clientes e colegas, peças processuais para os tribunais, acordos de confidencialidade e validação de documentos internos da sociedade. Esta tecnologia permite desmaterializar os processos, mantendo a segurança jurídica necessária ao exercício profissional.

Como é que as assinaturas eIDAS podem ser integradas na gestão dos contratos?

A integração da assinatura eIDAS num processo de gestão do ciclo de vida do contrato optimiza todas as fases do ciclo de vida do contrato. Desde a elaboração ao arquivo, passando pela negociação e execução, as assinaturas electrónicas qualificadas facilitam os fluxos de trabalho e reduzem os tempos de processamento, mantendo a conformidade regulamentar.

Como é que garante a segurança das assinaturas eIDAS num escritório de advogados?

A segurança das assinaturas eIDAS exige uma série de medidas: a utilização de certificados qualificados, a formação do pessoal em boas práticas, a implementação de um sistema de salvaguarda seguro, auditorias regulares dos processos de assinatura e a escolha de um prestador de serviços de confiança certificado. É igualmente essencial manter um registo de assinaturas para garantir a rastreabilidade e facilitar os controlos éticos.

A assinatura eIDAS pode ser utilizada em parcerias jurídicas?

Sim, a assinatura eIDAS é particularmente adequada para acordos de parceria entre escritórios de advogados. Permite assegurar contratosde afiliação, acordos de colaboração e acordos de referência entre colegas. Esta abordagem digital facilita as relações entre empresas, garantindo a validade jurídica dos compromissos assumidos.

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